Não. Geralmente o que as pessoas chamam de bronquite é, na verdade a asma. A doença se apresenta com quadro recorrente de crises de tosse, falta de ar, cansaço e chiado no peito quando a criança é exposta a fatores desencadeantes (ex: poeira, mofo, variações de temperatura, infecções respiratórias virais). Ocorre um processo inflamatório de origem alérgica nos canais condutores de ar dentro dos pulmões (brônquios), ocasionando o seu estreitamento e dificuldade da passagem de ar. No caso da bronquite, também ocorre inflamação dos brônquios, com aumento da produção de muco (catarro) que por sua vez ocasiona a tosse que tem como objetivo eliminar esta secreção. Na bronquite aguda a causa é geralmente uma infecção por vírus ou bactérias e os sintomas desaparecem em até 2 semanas. Na bronquite crônica a inflamação dos brônquios é contínua, e a principal causa é o tabagismo.
Sim. Define-se tabagismo passivo como a inalação da fumaça de derivados do tabaco (cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo) por indivíduos não fumantes, que convivem com fumantes. As crianças são as principais vítimas da exposição passiva ao fumo, mesmo antes de nascer. Os filhos de mulheres que fumam durante a gestação estão sob maior risco de abortamento, prematuridade, baixo peso ao nascer e problemas respiratórios após o nascimento. Os filhos de mulheres que fumam durante o período de amamentação também são afetados, pois o tabagismo reduz a produção de leite, a duração do período de aleitamento materno, podendo acarretar atraso no ganho de peso (MELLO, 2001). Os bebês têm risco maior de apresentar síndrome da morte súbita infantil (morte inesperada sem causa aparente). As crianças expostas a fumaça do tabaco são acometidas com mais frequência (do que as crianças não expostas) por infecções do ouvido médio (otite), irritação nos olhos e garganta, rinites, pneumonia, bronquite e crises de asma.
Aproximadamente a metade dos lactentes (como são chamadas as crianças abaixo de 2 anos) apresentará pelo menos 1 episódio de sibilância (chiado) e cerca de 20% delas terá episódios recorrentes. Nos bebês a estrutura das vias aéreas (bem mais estreita que nos adultos) predispõe à ocorrência de sibilância, quando expostas a poluição, poeira, fumaça de cigarro e principalmente infecções virais (resfriados). Quanto mais nova for a criança ao adquirir o primeiro resfriado e quanto maior o número de resfriados que apresentar maior serão as chances de que ela apresente sibilos associados ao quadro. Quando os bebês apresentam chiado persistente por mais de 30 dias ou apresentam 3 ou mais episódios de chiado são chamados lactentes sibilantes ou bebês chiadores. Os pais que identificarem a presença de chiado no peito devem procurar orientação médica para o esclarecimento diagnóstico
A terapia inalatória por aerossóis dosimetrados (as “bombinhas”) é bastante vantajosa pois é fácil de usar, eficaz e segura. Além disso quando comparados aos nebulizadores, as “bombinhas” são portáteis, não necessitam de fonte de energia elétrica para seu funcionamento e são mais rápidas de usar (o que facilita a aceitação pelas crianças, especialmente as menores, que tem dificuldade em manterem-se quietas durante os 15 a 20 minutos necessários para a nebulização). Infelizmente vários mitos foram criados em torno da sua utilização, como: “bombinha vicia”, “faz mal ao coração”, “só deve ser usada em pessoas com doença avançada”. Tais crendices são fruto da desinformação sobre estes medicamentos e acabam por gerar receio por parte dos pais com relação a utilização destas medicações em seus filhos. As medicações utilizadas através das “bombinhas “ tem a mesma função daquelas utilizadas por via oral: controlar a doença evitando ou reduzindo as crises (os corticóides), e o alívio da tosse e da dificuldade respiratória, caso ocorram (os broncodilatadores). Estas medicações quando administradas por via oral, necessitam doses maiores e apresentam maior ocorrência de efeitos indesejados. Assim, as vantagens e a importância da administração de aerossóis incluem: permitem o uso de doses mais baixas da medicação, efeito mais rápido, menor índice de efeitos colaterais, e ação direta no pulmão com baixa absorção pelo restante do organismo.
Algumas medidas podem e devem ser tomadas no sentido preventivo, com relação a pneumonia. Então vejamos as principais: 1- Aleitamento materno: O aleitamento materno exclusivo (sem leite artificial, chás ou água) até o 6° mês é um fator de proteção contra pneumonia. Estudos mostram que crianças que são amamentadas por um período inferior a 4-6 meses tem um risco 5 vezes maior de adquirir pneumonia. 2- Poluição atmosférica: São recomendadas medidas de controle da exposição à poluição atmosférica para redução do risco de infecções respiratórias na criança. 3- Tabagismo passivo: predispõe e agrava as doenças respiratórias, particularmente nos primeiros anos de vida. O risco é três vezes maior para pneumonia em crianças expostas a fumaça do cigarro. 4- Vacinação: as vacinas contra pneumococo, hemofilus, sarampo, coqueluche e gripe (influenza) tem se mostrado eficaz para a redução de pneumonia causada por estes agentes. Tais vacinas fazem parte do calendário básico de vacinação e estão disponíveis pelo SUS. Outras estratégias eficazes incluem a promoção de um estado nutricional satisfatório, através de alimentação variada e adequada em quantidade e qualidade, redução da exposição a pessoas com sintomas respiratórios em locais aglomerados e lavagem frequente das mãos para reduzir a transmissão dos agentes infecciosos.